quarta-feira, 31 de março de 2010

O Mar: que me soube!





Mar de fundo de baía,
Alivia.
Dá preguiça...
Hipnotiza!
Acalma,
Relaxa a alma...
É um espelho impiedoso.
Seu movimento é silencioso,
Seu colorido mutante,
Leva a imaginação ... adiante!

Sua cantiga é de ninar...
Gosta de mimar!
De acalentar.
Quase como um abraçar...
A um só tempo,
Suave e profundo,
Enclave fecundo!
Invisível alumbramento,
Onde o que se encontra mais,
É a paz ...!

Não é pra sujar!
É pra brincar...
Pra se limpar,
Pra depurar
As intenções;
Analisar
As ações;
Aprofundar
As conexões;
Pra se enredar!

Não oferece perigo.
Auxilia a encontrar
O sentido.
A felicitar
O destino;
A intensificar
O argumento;
O andamento,
No interior das mansões
Das emoções.

Mar de baía!
Singela alegria.
Discreta euforia!
Simples melodia.
Camuflada revelia...
Disfarçada rebeldia!
Alicia.
Irradia
A Beleza de cada dia.
Doce poesia!

terça-feira, 30 de março de 2010

Sou Esquisito Mesmo





Essa mania de viver em poesia,
Esbanjando alegria,
Causa uma certa estranheza,
Pois a maioria se arrasta em pobreza...
Cultua a tristeza,
Perdeu a leveza.
Vendeu a alma,
Sujou a palma...

É egoísta!
Hedonista!
Machista!
Pessimista!

Só age em bando.
Desafina no canto.
Esconderam o sentido de irmandade,
A maior barbaridade,
Para se entregar à ilusão,
De inconcebível ambição.

Por tudo isso, a massa estranha.
Não acompanha
A cura,
De minha incontestável loucura.
Minha soltura...
A paixão pela altura!
Por preferir fazer papel de bobo,
Ou de, completamente louco,
Para não entrar em choque.
Para não desmascarar o roque...
Mas não desisto,
Persisto!
Quando se distrai eu ataco,
Com carinho por todo lado.
Tento passar alegria,
A possibilidade da harmonia.
Aprendi que o respeito,
Preserva o peito!

Aproveito toda oportunidade,
Para passar tranqüilidade.
Enalteço a simplicidade,
Mostro as vantagens da felicidade.
É o que mais gosto de fazer!
A escola que escolhi pra crescer.
Nada tenho a perder,
Só a aprender.
Sempre servir.
Matar o fútil!
Ser útil!
Não economizar o sorrir.
Acreditar,
Sem desconfiar.
Amparar
Para elevar!
E o melhor abraçar:
... Compartilhar ...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Lição da Montanha... e do Mar!





Aprendi a me desvencilhar rapidinho,
De tudo que não se enquadra em meu caminho.
Principalmente, das más influências,
Exercidas por criaturas de duvidosa consciência,
Que não se entendem,
Que não se aprendem,
Que não se arrependem,
Que nada sentem...

Não adianta insistir, porque eu não fico.
E não me venha com grito!
Pois aí mesmo é que vou partir.
Não pensarei duas vezes em desistir
Dessa convivência,
Que testa a paciência.
Que é inconsistente,
Apesar de persistente.

Não admito ser mal tratado,
Ou destratado.
Trato, a todos, com respeito,
Como ordena meu peito.
Se me devolvem brutalidade,
Afasto-me para evitar atrocidade...
Só em pensar em acerto de contas,
Minha alma fica tonta ...

Se eu fosse tirar satisfação,
Com todos que arranharam meu coração,
Teria que me tornar bélico!

Prefiro ser ético!

Sei que pensam que sou bobo.
Outros, que sou louco!
Mas estou, a tudo, observando,
Detalhadamente analisando.

Não sou tão pacato!
É que acho,
Extremamente chato,
O desacato.
Abomino o conflito!
Deixa-me aflito...
Vai de encontro à busca pela luz,
A que quero tanto fazer jus!

Não perco tempo com os senhores da agressão,
Com os mentirosos...
Com os algozes da evolução,
Com os desonestos!
Com os, insanamente, ambiciosos!
A todos concedo os meus restos ...

Aos outros, a vastíssima experiência,
De uma transparente vivência!

domingo, 28 de março de 2010

Espera




Talvez eu tenha, por demais, acelerado.
Agora tenho que ficar aqui parado,
Sozinho,
Pequenininho,
Esperando...
Aguardando,
A vida dar o próximo passo.
Isso para mim é tortura e cansaço!

Brigo com a pressa!
Tenho energia à beça!
Ainda há tanto para realizar,
Para concretizar,
Pra dizer,
Para escrever,
Pra opinar,
Para cantar ...

Há um tufão na garganta,
Uma afeição tamanha,
Que poderia fazer a diferença,
No final dessa sentença,
Se conseguisse permissão,
Para a devida emissão.

No entanto,
Ainda estou no canto,
Vendo tudo acontecer...
Atento, apenas, ao perceber.
Isso me incomoda:
Não poder atuar na roda.

Se bem que, em matéria de percepção,
Cheguei mais longe, do que jamais sonhou o coração.
O tanto que sei é que é pouco,
Já me qualifica como louco!

Vejo tudo diferente,
Totalmente convergente.

Gostaria de poder ajudar a abrir a mente
De toda a gente,
Que sofre
E aos mesmos equívocos incorre.

Não precisava ser assim.
Tenho isso como certo, dentro de mim!

sábado, 27 de março de 2010





Quero sua voz.
Quero nós!
Sua presença,
Minha sentença.
Sua beleza,
Minha leveza...
Seu olhar!
Meu fixar.

Nossas histórias já se cruzaram.
Nossas fibras já se entrelaçaram.
Foi tudo consumado,
De tão idealizado.
Nada foi planejado,
Por isso tão encaixado.

Tão forte!
Um corte.
Tão origami!
Um derrame.
Visível,
De tão plausível.

Quero lhe abraçar!
Agarrar,
Apertar,
Apalpar,
Açambarcar ...
Afagar!

Demoradamente,
Cuidadosamente.

Uma elucidação científica,
Um processo beatífico ...
Quero me devotar!
Venha se entregar...
Não percamos tempo.
Passemos ao próximo alento!

Vamos nos enlaçar.
Quero lhe namorar!

Proporcionar,
Alucinar,
Adicionar,
Preparar...

Quero crescer ao seu lado.
Acordar enroscado!
Quero você sorrindo,
Sentindo...
O melhor que pudermos,
O maior que soubermos.
A sorte está lançada,
Gentilmente coreografada

Pela passarada!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Pague Pra Ver






Você está se sentindo
Um alvo do infortúnio?
Uma meta do distúrbio?
Você está se sentindo
Abaixo da média?
Uma intimação à tragédia?

O mundo lhe declarou guerra ?
Você acha que nem consegue mais subir a serra ...?
Já sei, seu dente quebrou...
O computador apagou,
Seu saldo estourou!
Aquela roupa manchou...

Aposto que o seu gás tá acabando,
A pia tá vazando,
Seu cabelo tá caindo,
A visão tá fugindo...
Tá apelando pra macumba ?
Tá achatando sua bunda ...?

Tá se sentindo culpado,
Um tanto revoltado,
Meio cagado,
Totalmente abandonado?
Pelo bem esquecido,
Pelo ruim perseguido?

Gostaria de uma dose,
Um carinho que fosse?
Tá carente, né?
E aquela frieira no pé?
A lasanha queimou?
Senhor!!! Você engordou?

Olha, acho que não tem mais jeito,
Você pode acabar em um leito ...
Se não aliviar rapidinho seu peito.

Foi você que saiu do trilho,
Que nublou seu brilho,
Que se fez de coitado,
Um mísero rejeitado...
Pare de se torturar
E ponha a cabeça pra pensar:

Não há nada pra você agradecer?
Será mesmo possível que você é só padecer?
Porque você se recusa a crescer?
Não tem noção do que está a perder.
Largue mão, deixe acontecer...
Pague pra ver !!!


quinta-feira, 25 de março de 2010

Feminina






Ah! Você ainda não reparou,
Ainda não se tocou,
Que a vida, a tudo é suscetível
E por isso, estrategicamente imprevisível?

Fala sério!
Esse é o grande mistério.
Ela ignora todo e qualquer planejamento.
Ela escolhe seu próprio acabamento.
Quando você pensa que vai tudo bem,
Lá vem uma rasteira de alguém,
Provavelmente, providenciada pelo além...
Quando você acha que vai tudo mal,
Lá vem o sol raiando, sensacional,
Debochando daquela apreensão irracional.

Nós adoramos brincar de planejar,
Brincar de acreditar.
Que se pode, precisamente determinar,
Para onde o vento individual vai soprar.
Acho que está um pouco desgastada,
Um tanto desmoralizada,
Essa tão atroz, quanto ingênua ilusão...
Desde o princípio,
O Primeiro início,
O Planeta avisa, que não é por aí, a direção.

Não é que ela seja, exatamente caprichosa,
Nem, insuportavelmente geniosa.
É que ela é feminina - cor de rosa!
Não gosta de ser tratada em prosa.
Ela governa todas as autarquias.
É a protagonista da ousadia.
É a síntese de toda fantasia.
Gosta de caprichar na alegoria.
É riquíssima sua harmonia!
Só se manifesta plenamente ... em poesia !!

Confie nela.
Aposte nela!
Conecte-se a ela.
Entregue-se a ela...
De peito aberto!
Do sutil ao concreto...
Deite-se em seu regaço.
É sagrado seu melaço...
Abra-se para ela.
Cante para ela ... !!

quarta-feira, 24 de março de 2010





É incrível como o errado,
Não dá certo...

Como o folgado
Não é reto ...

Como o murro
É inconsequente.
Como o burro
É ... indulgente !

Como o invejoso é ridículo...
O ambicioso, um cubículo!

Como a traição , é rasa.
A paixão, rara!

Como o gelado
Fere a voz;
Como o atado
Ignora os nós ...

Como a verdade
É real.
A tranquilidade,
Fundamental!

Como a mentira
É o pior argumento.
A ira,
Um entorpecimento...

Como a covardia, não dá abrigo.
Como só a harmonia faz sentido.

Como é branca,
A fórmula da vida.

Como é tanta,
A fome na subida...

terça-feira, 23 de março de 2010






Estou me abastecendo de energia,
Para a próxima rebeldia...
Ligeiramente abusada,
Positivamente ousada!

Acredito ser esse o momento
De aprimorar a cadência,
Fruto de um novo posicionamento,
Que me levou a total isolamento.
Teste final para a "autossuficiência"
Que, agora, me obriga a um deslocamento
Significativo,
Efusivo,
Definitivamente conclusivo!

Acredito estar pronto
E ponto.
Não quero ficar reclamando,
Nem derrapando.
Tenho que conseguir,
Para facilitar o fluir.

Cansei de me auto-obstruir.

Já tenho lucidez para seguir.
Sinto que estou amadurecendo.
Uma outra cor, vem me envolvendo,
Chamando,
Convocando!
Eu não posso, nem consigo me furtar,
A esse tão íntimo pulsar.
Aprendi a nada desprezar,
A tudo observar
Com clareza,
Para não perder a beleza
Contida em cada movimento,
De cada segmento,
Portador de vida...

A plenitude que isso implica...

Vou, finalmente me favorecer.
É mais um alvorecer,
Para eu perceber.
Para eu apreender.

Estou experimentando uma totalidade.
Para tanto, disponibilizo toda a sensibilidade !

segunda-feira, 22 de março de 2010






Deixar seguir,
Sem se arrepender,
Sem se virar,
Num consciente consentir.
Pagar pra ver
Sem se amedrontar,
Sem se iludir.
Só a vontade de mais conhecer,
Para mais se deslumbrar.

Sem atropelos,
Com um requintado sossego,
Para se inteirar do terreno,
Onde deitar a sementes
De amor, somente!
Para aquietar a mente
E aproveitar o momento
Do surgimento
Do alumbramento...

O marco divisor,
Onde se abandona o rancor,
Para se entregar ao langor,
Nesse degrau da escada,
Que quer a alma festejada.
Numa harmonia abusada,
Plena de verdade,
Que despreza a idade,
Para se materializar em felicidade.

Com seu elaborado colorido,
Cuidadosamente escolhido,
Para ser bem vivido...
Sem amarras,
Com alguma algazarra,
Celestial farra,
Onde todos são felizes,
Independente de seus matizes,
Obedecendo suas intransferíveis raízes.

domingo, 21 de março de 2010



Sabe o que é legal?
O que tem um efeito transcendental?
É ficar de bem...
Com tudo!
Com o mundo...
Isso nos faz ir além...

Amplia nossa visão.
Aprimora nossa canção.
Afinal, tudo é mesmo passageiro
E passa ligeiro...
Não vale a pena criar intriga,
Aperfeiçoar-se na briga...
Guardar rancor,
É o pior dissabor!

É nossa obrigação,
Para com a imensidão,
Viver da melhor maneira possível,
Em comunhão com esse planeta incrível...

Sofrer... já era!
Não combina com a Nova Era!

O materialismo e seus derivados,
Que nos mantiveram escravizados,
Está no fim!

Afirmo, com certeza, sim!

Bom mesmo é distribuir afeto!
É o mais seguro teto.

Semear bem-querer,
É o mais rápido crescer.

Gostar sem se apegar,
É se aprimorar!
É a melodia da liberdade...
A mais incontestável verdade;
A base da tranqüilidade,
Um convite à felicidade!

sábado, 20 de março de 2010





Não preciso de muito, não,
Para expandir a alegria natural
Do meu coração.
Basta uma manhã outonal,
Com seus tons alaranjados,
Cercados por um azulzinho desbotado...

Uma beleza,
Que, espontaneamente puxa a nobreza
Desse lugar incrível,
Muito mais que sensível,
A todos disponível!
Magia incontestável,
Inabalável
E possível ...

São físicas as minhas reações,
Fortes as contrações,
Infinitas as recordações,
Fantásticas as constatações...

Todas singelas,
Flores nas janelas,
Trazendo leveza
E riqueza,
Para a energia,
Enfatizando a harmonia.

Suas possibilidades atávicas,
Tão vívidas quanto estáticas,
Aguardando apenas , um momento de atenção,
Para revelar sua projeção,
Seus benefícios,
Artifícios...
Que eliminam todo e qualquer problema,
Provando que estar vivo - vale a pena !

Pode ser
Um entardecer...
Daqueles de enlouquecer

sexta-feira, 19 de março de 2010

Invisível Ponte



Ergui uma ponte entre o que quero
E o que é possível ...

Para ser bem sincero,
Apoiei-me no invisível.
No que não domino,
Mas confio.

Tenho que admitir
Que está funcionando.
Voltei a sorrir.
Estou me iluminando!

E não há nada melhor,
Do que se sentir maior.
Ver-se recuperando,
Ver-se levantando.

É a gratificação,
Tomando o lugar da frustração.
É voltar para casa,
Depois de bem reformada.

É recuperar a asa
Depois de aprisionada ... !
Vale toda a pena.
A satisfação é intensa

Prefiro concordar com a vida,
Do que ter a alma ressentida.

Funciono melhor com a felicidade.
Aposto na tranquilidade.
Sou fã da bondade,
Adepto da irmandade!

Evolução não tem que passar
Por sofrimento.

Prefiro o pensamento
Para me aprimorar.

Já abri mão de muito.
Mas existe um limite, um fundo.

Dali para baixo
Não me encaixo.

Não acredito.

Não vivo!

Acho indispensável, a dignidade!

Desejo o mesmo a toda humanidade:

Realização

E Comunhão !!!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sob os Ditames da Afeição



Abdiquei, espontaneamente, da palavra final.
Não faço mais questão de impor meu pensamento,
Mesmo quando estou completamente seguro do argumento.
Evitar discussão é sensacional!

Não tenho tempo para perder com a vaidade
De vencer, de ter a última palavra, numa conversa.
Aponta para outro lado minha seta.
Não me detenho mais com pequenas banalidades...
Tenho muito que semear,
Muita terra para arar,
Muito carinho por fazer,
Muito caminho para perceber!

Prefiro ver, no rosto, o sorriso,
Ao invés de fazer prevalecer meu juízo.
Aprendi a respeitar a visão alheia,
Mesmo que ela se apresente com a liberdade de uma cadeia...
As pessoas apegam-se ao seu ponto de vista,
Como se fosse verdadeira conquista.
Defendem-no com a própria honra!
Eu, pulo essa onda...

Estou aqui para perceber e evoluir!
Ainda que, para tanto, eu tenha que destruir
Todo o meu relicário,
Ainda que tenha que trocar mil vezes de itinerário.
Sei que posso ir mais longe.
Vai ficando progressivamente melhor o meu horizonte.
Não tenho preguiça de subir o monte,
Para beber da mais pura fonte.

São-me inúteis as vãs discussões.
Persigo as grandes constatações...
Reavalio, constantemente, minhas ligações.
Vasculho, minuciosamente, todas as sensações.
Absorvo cada passo,
Valorizo muito, cada abraço.
Existo sob os ditames da afeição.
O resto, para mim, é pura ilusão!

Segredo de Palmeira




Enquanto as folhas da palmeira
Balançarem ao vento,
Haverá alento...

Os dados ainda estão rolando.
Ninguém está sobrando...
É possível virar esse jogo,
É questão de respeitar o todo.
Não se pode imaginar os caprichos da história.
Desconhecemos a glória...

O que sabemos esbarra em sofrimento,
Tem um duvidoso acabamento,
Para uma obra tão esplendorosa,
Mas até agora, em nada vitoriosa.

A trajetória, em círculos, da humanidade,
Crivada de mediocridade,
Há de se quedar espiralada,
Compreensivelmente humanizada,
Onde a evolução é o maior prazer,
Que pode desfrutar um ser.

Todo o desespero,
Será absorvido pelo impacto do enredo.
Desaparecerão as barreiras.
Cairão todas as fronteiras.
Tudo vai se misturar.
Todos hão de se mesclar,
Por serem exatamente farinha do mesmo saco.
Nenhum ser sentir-se-á rejeitado.

Serão desnecessários, os particulares abrigos.
Serão requisitados todos os sorrisos.

Todas as peças irão se encaixar.
É questão de aguardar e observar.
Convém se preparar,
Para saltar...
E provar da grande experiência,
De desobstruir a consciência,

Para ir se incorporar
À matéria prima do ar.

Enquanto as folhas da palmeira
Sentirem o alento,
Responderão ao vento!

quarta-feira, 17 de março de 2010

E Agora?



A mãe que acorrenta o filho,
Mediante o desespero,
Do putrefato enredo
Do crack,
É o retrato do desastre,
A prova cabal que a vida saiu do trilho.

Que estranho sentimento é esse que arrefece,
Espanca...
Sangria que não estanca.
O que mais ela faria se pudesse?
Daria voltas em volta do planeta,
Para livrar-se da certeza,
Da iminência,
Da indecência
De perder a cria,
Para a assassina porcaria.

Ajuda, procurou.
Não encontrou...
O filho cada vez mais escravizado,
Cada vez mais animalizado.
O infortúnio se aconchegando,
Agressivamente se transformando
Em leito,
Para o seu descompassado peito.
Ela sabe que a esmagadora maioria fracassa.
Essa droga, especificamente, arregaça.

Algo precisa ser feito.
Procura, desesperadamente, um jeito...
Todo mundo fala que há saída para tudo.
Busca, pensa. Pensa muito.
Ele está cada vez pior,
Destruindo tudo ao redor.
Mas, ela olha e ainda o vê ao fundo.
Busca-o no mais profundo.
A chama materna que nela ainda arde,
Assegura-lhe que, ainda não é tarde.

Já não há mais diálogo possível.
Qualquer postura pode ser destrutível.
Acuada,
Desesperada.
Resolve apelar
E o filho, acorrentar.
Passa dias sem sair do lado,
Sem arredar o passo.
Assiste a tudo,
Que há de mais degradante no mundo.

Ao contrário da maioria das famílias,
Que rejeita e abandona o filho drogado.
Ela abriu na marra a sua trilha.
Talvez, apostando num restinho de força interior,
Que ainda possa haver no menino,
Desafia as leis e o destino,
Privando-o de qualquer possibilidade,
Da fatalidade,
De um contato com o exterior.
Mantendo-o literalmente acorrentado,
Mas, permanecendo irredutivelmente, ao seu lado.

Cuidando-o,
Velando-o!

Até a chegada da polícia!

Fantástico



Na praia do Jabaquara, o entardecer,
Nesse desavisado inverno,
Com seu sol terno,
Proporciona uma obra de arte,
Toda tarde!

O céu em tons de azul e rosa,
Despede a prosa
E convoca à poesia.
É gigantesca a harmonia!

Algo que extrapola o coloquial.
Transborda no fenomenal,
Mergulha no inexplicável
E escala o inigualável...

A calmaria que vem do mar,
A beleza que se espalha no ar,
Emudecem,
Enternecem!

Quebrando baixinho,
O mar vai conseguindo
Transportar,
Encantar...

Tão plenamente, a tudo,
Que até parece que é dele, o mundo.

Enquanto o sol desliza,
Em parceria com a brisa,
Aquecendo,
Acolhendo,
Vai iluminando o espetáculo,
Desse espontâneo e natural oráculo.

terça-feira, 16 de março de 2010




Os últimos lampejos solares,
Com suas técnicas milenares,
Protestam ao entardecer.
Inflamam-se,
Agigantam-se...
Explodem em laranja,
Com sua força tamanha,
Que espanta,
Aquece,
Aquiesce,
Desce
E se esquece
No anoitecer.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Propriedade Praieira



A beira-mar reencontramo-nos,
Reorganizamo-nos...
Deitamos fora
Tudo que sobra,
Que não dobra,
Que cobra!

Folia



A praia alegra,
Sereniza,
Ameniza,
Celebra
O que há de melhor na vida:
A alegria!

União



Impressiona-me como a serra,
Exuberância da terra,
Comunga com o mar.
Um casamento exemplar...

De arrepiar!

Integração



Você se integra a mim
Feito canoa na paisagem,
Camuflada pela folhagem:
Perfeição até o fim!

domingo, 14 de março de 2010

Querer Bem


Querer bem,
Por sobre as imperfeições,
Além das tentações ,
Por sobre as ranhuras,
Muito acima de todas agruras...

Inspiração



Convocando inspiração
Brota do solo,
Por todos os poros,
Em cada pequeno grão,
Desse inacreditável chão!


Meus sonhos são balões coloridos,
Enfeitando a paisagem,
Da miragem,
Dos exacerbados sentidos,
Que me mantém no alto,
Pronto para o salto!

Mãe em Flor


>
Minha mãe em flor
Bela,
Austera,
Pura...
Encantamento de altura!