sexta-feira, 23 de abril de 2010





Há momentos, quando se está no mar
E é o próprio barco,
Nos quais é possível medir, sem se enganar
O ângulo exato do arco ...

É quando o mar
Bate devagar
Oferecendo-se de leito,
Para embalar o peito...
Parecendo acariciar,
Além de confortar
Com suave movimento ...
Vai alterando cada elemento
À sua máxima potência,
Esparramando consciência,
Onde antes havia pressa
E a velocidade era a meta.

É quando o seu brilho
Transforma-se em trilho,
Impossível de não ser sentido.
Impossível de não ser seguido.
Um convite irresistível ...
Faz tudo parecer possível.
Embriaga-nos com essa canção invisível,
Essa atração invencível!
Apesar de pouco se saber sobre ela,
Parece que é uma espécie de janela
Para um outro mundo,
Sensivelmente mais puro!

É quando sua brisa
Ultrapassa a pele e alisa,
Numa espécie de carinho desconhecido,
Até então despercebido.
Uma sensação
Além-ilusão.
Uma alusão
Ao que existe por trás de cada grão,
Ao que mantém essa desordem,
Absolutamente em ordem.
Ao que faz arrepiar!
Ao que faz ... o olho brilhar...

É quando seu azul claro,
Empresta a impressão de raro,
Trazendo à tona a paz ... do mar!
Onde a harmonia tem prazer em habitar.
Onde o sol mais prefere se espelhar!
É quando o azul, a azular, uni-se ao dourar...
Até fica difícil analisar o pulsar.
Até fica complicado não se integrar,
Não se entregar
À magia a perpassar,
A revitalizar,
A elevar !

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